Concursos Instinto Criativo de Fotografia. Participe enviando suas fotos.
Há imagens que não apenas contam: elas testemunham! Nesta fotografia de Paula Galvão, o nascimento é mostrado no ponto exato em que a ciência encontra o milagre. O cordão umbilical serpenteia azul-perolado sobre o campo cirúrgico; as mãos enluvadas, firmes e cuidadosas, moldam o quadro como parênteses de proteção; ao centro, a vida em transição, ainda banhada por líquido amniótico, anuncia sua primeira chegada ao mundo. É um registro frontal, honesto e profundamente humano, que transforma o instante clínico em um rito.Tecnicamente, a cena equilibra complexidade e precisão. A luz é predominantemente ambiente de centro cirúrgico, com temperatura fria (aprox. 4700–5200 K) e alto índice de reprodução de cor, o que explica a fidelidade dos azuis do cordão e dos vermelhos do tecido subcutâneo. A exposição é contida para preservar altas luzes nos fluidos e no brilho das luvas, sem “estourar” a reflexão do campo estéril, sinal de medição pontual/ponderada no miolo da ação. A profundidade de campo curta isola o plano crítico e reforça a tridimensionalidade do cordão; a velocidade alta congela o gesto seguro da equipe; ISO médio/alto mantém textura orgânica sem ruído intrusivo, condizente com o ambiente de luz contínua. Não se percebem sombras duras, indício de fonte ampla e difusa do foco cirúrgico, possivelmente complementada por flash intencional ou um leve ajuste na pós para guiar o olhar ao centro.A composição é direta e cirúrgica: um “U” formado pelas mãos enluvadas enquadra o nascimento; o cordão cria linhas de força que conduzem o olhar do canto superior ao foco central; a paleta restrita (azuis, vermelhos, neutros) organiza a leitura e evita ruído visual. A proximidade do enquadramento sugere distância focal curta a média, o suficiente para inserir o espectador “dentro” do campo operatório sem distorcer. O ponto de foco, cravado no brilho úmido do cordão e na superfície translúcida do líquido amniótico, revela domínio de microcontraste e atenção ao detalhe, a matéria viva da cena!Há, sobretudo, ética e delicadeza: ângulo que preserva identidades, respeito ao campo estéril, consentimento e narrativa que dignifica a equipe e a família. Paula traduz a potência bruta do parto com linguagem de fotojornalismo sensível: não romantiza nem afasta, aproxima. Por unir rigor técnico, coragem estética e um olhar compassivo para a verdade do nascer, esta obra alcançou a maior média na categoria Parto do Concurso de Fotografia Instinto Maternity. Nossa homenagem à fotógrafa Paula Galvão: obrigada por fazer da prova de vida também uma prova de amor, precisa, real e inesquecível!
Nesta arte de Victória Lira a gente quase escuta o primeiro choro! A cena se abre em camadas: no primeiro plano, a mãe exausta e desperta, olhos úmidos de encontro; ao centro, a equipe que acolhe; ao fundo, sob a luz do berço aquecido, o bebê erguido pelas mãos enluvadas, ainda ligado pelo cordão. É o minuto em que tudo muda. Victória escolhe narrar não apenas o nascimento, mas a rede que o sustenta: ciência, cuidado e afeto funcionando em perfeita sincronia.Tecnicamente, o registro é preciso e sensível. A iluminação mista do centro obstétrico, fluorescente/LED ambiente somada ao kelvin da câmera, gera temperaturas de cor diferentes que a fotógrafa resolve com white balance controlado e um leve tratamento de cor que preserva a fidelidade da pele. A luz direcional do berço constrói um contraluz modelador sobre o recém-nascido, enquanto uma luz suave ilumina a equipe sem estourar altas luzes; o rosto da mãe recebe um feixe lateral que garante leitura emocional sem perder textura. A exposição contida revela domínio de faixa dinâmica. Tudo indica ISO médio/alto com velocidade segura para congelar mãos em movimento, e abertura moderada que mantém nitidez nas três camadas essenciais.A composição é uma aula de storytelling. Victória cria um eixo diagonal que parte da mão da profissional apoiando a mãe, atravessa o olhar desta e culmina no bebê, um triângulo de atenção que guia a leitura sem confusão, apesar da complexidade do ambiente. O enquadramento respeita o espaço clínico, preserva identidades quando necessário e deixa respiro nos cantos para contextualizar monitores, cabos, aquecedor: informação que documenta e engrandece a narrativa. O diálogo cromático entre o rosa dos aventais, o azul das luvas e os tons quentes de pele adiciona ritmo à cena; a granulação discreta (ISO) mantém a fotografia viva, documental.Há, sobretudo, ética e delicadeza. A aproximação é íntima, mas nunca invasiva; o ângulo valoriza a mãe e a equipe como protagonistas de um mesmo milagre. Por unir rigor técnico, timing impecável e um olhar compassivo que transforma procedimento em rito, esta imagem alcançou a maior média na categoria Parto do Concurso de Fotografia Instinto Maternity. Nossa homenagem à fotógrafa Victória Lira: obrigada por nos lembrar com luz, cor e verdade, que nascer é obra coletiva, e que a primeira história de alguém cabe inteira em um único quadro!
Sabe aquela imagem que diz tudo sem mostrar tudo? Pois esta é um sussurro que ilumina o essencial. Na fotografia de Jana Cunha, o parto é narrado pela via dos detalhes: um pequeno cateter/agulha de analgesia repousa na pele e projeta uma sombra longa, enquanto um feixe de luz recorta o corpo como se fosse um holofote íntimo. É a poesia do bastidor, o gesto técnico que prepara a chegada. O enquadramento preserva anonimato e, ao mesmo tempo, honra a coragem da mulher e o cuidado da equipe.Tecnicamente, é um estudo preciso de low-key com recorte de luz. Um feixe estreito (spot de LED, ou luz natural canalizada por fresta) foi dirigido de forma oblíqua, criando coração elegante: altas luzes controladas no ponto de aplicação, negros densos no entorno e um degradê suave entre eles. A medição pontual/ponderada garante que o brilho da pele não estoure; a sombra alongada do cateter funciona como linha de força que guia o olhar ao foco.A composição minimalista explora com maestria o espaço negativo. O objeto ocupa um micro-espaço do quadro, mas domina a narrativa porque tudo o mais foi dito pela luz. A curva do corpo, quase abstrata, cria uma topografia humana que dá contexto sem expor. O corte fechado e o ponto de vista lateral sugerem distância focal curta a padrão, com abertura moderada para um plano de foco cirúrgico no cateter e bokeh discreto no restante. ISO baixo a médio preserva textura real da pele; velocidade em torno de 1/160–1/200 evita microtrepidações e mantém a nitidez do detalhe. Na pós, percebe-se curva S contida, leve para lapidar o recorte e white balance levemente quente, traduzindo a temperatura da pele e mitigando o tom frio que existe em um ambiente de um centro obstétrico.Há, sobretudo, ética e conceito: a imagem preserva identidades, respeita o ambiente estéril e escolhe contar o parto pelo ritual de preparação, lembrando que nascer é também técnica a serviço do afeto. Ao transformar um microgesto clínico em símbolo de amparo e potência, Jana Cunha nos dá um quadro de rara delicadeza visual e força narrativa.Por unir domínio de luz, composição inteligente e um olhar artístico que enxerga poesia no que quase ninguém vê, esta fotografia conquistou a maior média na categoria Parto do Concurso de Fotografia Instinto Maternity. Nossa homenagem à fotógrafa Jana Cunha: obrigada por revelar que, antes do primeiro choro, existe um silêncio de cuidado e que esse silêncio também merece luz!
Há momentos que condensam uma vida inteira em um único suspiro, esta fotografia é de um deles. Na imagem de Jana Cunha, o parto é corpo, força e parceria: ela se inclina para trás, o rosto aberto para o alto como quem busca ar e entrega; ele, com a testa serena, sustenta em silêncio. Entre os dois, um elo invisível: o ritmo da contração, a cadência da respiração, o pacto de estar junto. É a coreografia crua e sagrada do nascer.A opção pelo preto-e-branco é linguagem, não ornamento. Ao retirar a cor, Jana traz a narrativa para a matéria da luz: um recorte suave vindo do fundo (provável janela ou porta) desenha os contornos do rosto e dos ombros, preservando textura de pele e fios de cabelo. A exposição contida segura as altas luzes do contraluz enquanto mantém sombras densas e orgânicas; percebe-se um microcontraste muito bem dosado que dá tridimensionalidade sem “endurecer” a cena. Tudo indica ISO médio para respeitar a luz ambiente, abertura generosa (f/2–f/2.8) que isola os protagonistas e uma velocidade segura para congelar o gesto sem perder a respiração do momento.A composição é um achado de direção e timing. As cabeças formam um díptico: ela ascende, ele se recolhe, dois vetores opostos que se completam. O corte fechado elimina distrações e coloca o espectador dentro do quarto, mas com respiro suficiente no fundo para sugerir o ambiente doméstico do parto. A linha do trapézio e da alça do top cria um arco que conduz o olhar para o rosto da parturiente; o perfil do acompanhante, em contraluz suave, funciona como contraponto que equilibra o quadro. A profundidade de campo curta separa o essencial do circunstancial e converte ruído em silêncio visual.Na pós-produção, nota-se curva S delicada, pontual nas linhas do rosto e no volume dos cabelos, e um grão discreto que preserva a natureza documental da imagem. Há, sobretudo, ética e sensibilidade: recorte que preserva intimidade, ângulo respeitoso, narrativa que dignifica a vivência e o cuidado.Por unir domínio técnico, composição inteligente e um olhar profundamente humano, esta fotografia alcançou a maior média na categoria Parto do Concurso de Fotografia Instinto Maternity. Nossa homenagem à fotógrafa Jana Cunha: obrigada por traduzir o grito e o amparo, a força e a doçura, e por lembrar que, muitas vezes, o nascimento acontece exatamente aqui, no espaço entre duas cabeças que se encostam para atravessar juntas!
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